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ReporRum e cachaça são duas bebidas alcoólicas muito populares, especialmente em seus locais de origem, como Brasil e Caribe. Embora ambas sejam destiladas a partir de cana-de-açúcar, existem algumas diferenças significativas entre elas que vão além do local de origem. Neste artigo, exploraremos as características distintas do rum e da cachaça, desde o processo de produção até as variedades de sabor, para que você possa compreender melhor essas duas bebidas distintas e fazer escolhas informadas ao apreciá-las.
O nome cachaça está protegido por lei e a sua produção está restrita ao Brasil. De acordo com a legislação brasileira, o Decreto 6871/2009, art. 53, define a cachaça como:
Cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de trinta e oito a quarenta e oito por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo de cana-de-açúcar com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até seis gramas por litro.
Apesar de ser de origem caribenha e ter como principal região de produção os país da América do Sul e Central, o rum é um destilado que pode ser produzido em qualquer lugar do mundo.
A principal diferença no processo de produção entre os dois destilados, é que o rum é feito com o caldo cozido da cana, o melaço, um subproduto do processo de produção do açúcar. Já a cachaça, historicamente, sempre foi feita com o suco fresco, que a gente chama de garapa. De acordo com o professor Patterson Patricio de Souza, da Universidade Federal de Minas Gerais, essa diferença no processo resulta em uma composição química própria, que diferencia os destilados e traz distintas propriedades sensoriais. Patricio explica que ao cozinhar o caldo da cana, as substâncias presentes no produto, como os ésteres, os aldeídos e o álcool superior são alterados, modificando o sabor final da bebida.
No entanto, pelo Caribe, em países de colonização francesa, como Guadalupe, Martinica e Haiti, há um tipo especial de rum chamado Rhum Agricole que é feito a partir do caldo de cana espremido na hora. A versão caribenha, apesar de também ter como materia prima a garapa, apresenta diferenças importantes em relação à cachaça, como o teor alcoólico que pode chegar até 70% em algumas regiões e a destilação pode ser em colunas de inox ou alambiques de cobre.
Como vimos na nossa legislação, a cachaça pode ter graduação alcoólica entre 38% a 48%. Já o rum pode passar desses limites. Mais uma vez, vamos recorrer ao Decreto 6871/2009, agora apontando o artigo 54 que define o rum.
Rum, rhum ou ron é a bebida com graduação alcoólica de trinta e cinco a cinqüenta e quatro por cento em volume, a vinte graus Celsius, obtida do destilado alcoólico simples de melaço, ou da mistura dos destilados de caldo de cana-de-açúcar e de melaço, envelhecidos total ou parcialmente, em recipiente de carvalho ou madeira equivalente, conservando suas características sensoriais peculiares.
A legislação acima é brasileira e em outros países os limites de teor alcoólico são diferentes.
Tanto a cachaça como o rum podem ser consumidos na sua versão branquinha, ou seja, aquela que não passa por madeira. No entanto, as duas bebidas têm no mercado as suas versões armazenadas ou envelhecidas em barris de madeira. E aí está um dos grandes potenciais da cachaça!
A cachaça é das poucas bebidas alcoólicas que não envelhecem apenas em carvalho. Madeiras nacionais como amburana, jequitibá, ipê, tapinhoã, bálsamo e várias outras são utilizadas para o envelhecimento ou armazenamento da bebida. Cada madeira concede uma cor, um aroma e um sabor característico. O potencial gastronômico dessa particularidade é imenso: imaginem as possibilidades de harmonização da bebida com ingredientes e pratos da cozinha brasileira.
De acordo com pesquisador Wayne Curtis, autor do livro And a Bottle of Rum: A History of the New World in Ten Cocktails, o rum surgiu no começo do século XVII nas colônias britânicas do Caribe, provavelmente em Barbados. O rum teria originado dos subprodutos da indústria do açúcar, antes considerados lixos indesejados e muitas vezes descartados no mar. Já uma versão rudimentar de cachaça era produzida no litoral brasileiro entre 1516-1532, fazendo da aguardente brasileira o primeiro destilado da América, sendo mais antiga do que o pisco, o tequilo, o mezcal, o rum e o bourbon.
E as histórias dos dois destilados se entrelaçam inclusive em terras brasileiros. Há indícios de produção de aguardente de cana-de-açúcar num processo parecido com a fabricação do rum pelo holandeses que colonizaram o Brasil nas primeiras décadas do século XVII. Mas com a expulsão dos holandeses de Recife pelos portugueses, eles levaram a cana e os equipamentos de destilação para o Caribe. Inclusive, esse pode ser o motivo do rum ter se tornando mundialmente mais famoso do que a cachaça brasileira, considerando que os holandeses eram ótimos comerciantes e tinha a estrutura da Companhia das Índias Ocidentais para levar a produção caribenha para a Europa.
As diferenças entre rum e cachaça também existem quando falamos sobre seus respectivos coquetéis mais populares, o mojito e a caipirinha.
A caipirinha e o mojito são dois coquetéis bastante conhecidos e apreciados ao redor do mundo. Embora ambos sejam feitos com ingredientes semelhantes, como limão e açúcar, existem algumas diferenças fundamentais entre eles.
A caipirinha é um coquetel tradicional brasileiro, feito com cachaça, limão, açúcar e gelo. A preparação da caipirinha envolve macerar os pedaços de limão com o açúcar, adicionando a cachaça e o gelo em seguida. O resultado é uma bebida refrescante, cítrica e com um toque de doçura.
Já o mojito é um coquetel de origem cubana, que tem como base o rum branco. Além do rum, o mojito leva limão, hortelã, açúcar, água com gás e gelo. A técnica de preparo envolve macerar as folhas de hortelã com o açúcar e o suco de limão, adicionando então o rum e o gelo. A finalização é feita com água com gás, que confere ao mojito uma sensação refrescante e efervescente. O sabor do mojito é um equilíbrio entre a acidez do limão, a doçura do açúcar, o frescor da hortelã e o aroma do rum.
45 ml rum branco cubano
20 ml suco de limão taiti
6 folhas de hortelã
2 colheres de chá de açúcar cristal
Água com gás
Outra diferença entre os dois coquetéis é a família em que estão inseridos. Enquanto a caipirinha faz parte da categoria dos coquetéis macerados, o mojito pertence à família dos highballs, que são coquetéis feitos com destilados e bebidas carbonatadas, como refrigerantes e água com gás, servidos em um copo alto.
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