A Cachaça Tiê é produzida na cidade de Aiuruoca e é o resultado de um trabalho cuidadoso que olha de forma holística a natureza e o trabalho do homem
A cachaça Tiê é produzida pelo casal Arnaldo Ramoska e Cris Amin em Aiuruoca, cidade localizada no sul de Minas Gerais, em uma bonita região de importância ambiental e histórica.
A destilaria está instalada na fazenda chamada Guapiara fundada pela família Rego Barros em 1716. A fazenda foi construída por mineradores vindos de Pernambuco e foi morada de Padres Jesuítas. Em 2003, Arnaldo e Cris compram a Guapiara como projeto de aposentadoria com a ideia de investir em reflorestamento. No entanto, do outro lado da fazenda, havia uma famosa cachaça: a Cachaça do Otacílio. Essa história rendeu uma parceria muito próspera e foi assim que o casal resolveu investir na produção de cachaça.
Após 10 anos de investimento na modernização da destilaria, em estudos de boas práticas de produção e na formalização com licenças de funcionamento, a cachaça Tiê chega ao mercado em 2016. Com ajuda de Otacílio e de seu filho Tobias, Arnaldo e Cris trazem uma versão purinha, a Tiê Prata, e a Tiê Ouro, cachaça envelhecida em barris de carvalho europeu. Além de prêmios conquistados no Brasil e exterior, o casal conquistou também a certificação do IMA/Inmetro, um selo de qualidade que poucas cachaças possuem.
Cachaça Tiê: uma parceria do bem
Antes de Arnaldo e Cris comprarem a fazenda Guapiara, Otacílio José da Silva, a companheira Helenice e o filho Tobias moravam dentro dos limites da fazenda e trabalhavam na mesma. Quando a propriedade foi posta à venda, Otacílio buscou uma maneira de ter uma renda e começou a usar a cana-de-açúcar que ele utilizava para a alimentação das vacas para produzir cachaça.
A cachaça de Otacílio começou a fazer sucesso entre os locais e quando o casal comprou de fato a propriedade, eles provaram a cachacinha do Otacílio e adoraram. Foi aí que surgiu a ideia de incorporar este trabalho já feito com dedicação dentro do DNA de uma nova cachaça, foi assim que criaram a Cachaça Tiê – lançada no mercado em 2015.
Atualmente, a cana usada na produção é plantada em 8 hectares e todo o processo de colheita é feito a mão, sem o uso de queimadas. Depois da moagem, o caldo passa por fermentação que segue a Escola Caipira, em que são usados como fermento própria garapa, milho, arroz e leveduras da região.
Toda a operação, da moagem ao engarrafamento da bebida, é realizada por Otacílio e Tobias. No momento a Cachaça Tiê produz de 30 mil litros de aguardente, em que parte dessa produção passa por 1 ano e meio de envelhecimento em barris de carvalho, o que resulta na Tiê Ouro – uma cachaça dourada com aromas de caramelo, e o restante se divide entre a Tiê Prata e a mais recente linha da Canelinha Tiê.
Preocupação com o meio ambiente
Um dos objetivos iniciais de Arnaldo e Cris quando compraram a fazenda era de ter uma área de preservação ambiental, isso muito antes da ideia da Cachaça Tiê. Esta vontade resultou em um belo trabalho que contempla a região da Serra da Mantiqueira e do Parque Estadual da Serra do Papagaio com a criação de duas RPPNs (Reserva Privada de Patrimônio Natural), em que as nascentes e vegetação estão intocadas e em fase avançada de regeneração.
Esse compromisso é uma missão de dobrar a responsabilidade e preservação natural, protegendo o abrigo de muitas espécies da Mata Atlântica em que algumas correm risco de extinção, como o mono carvoeiro.
O que diz à produção de cachaça, a Tiê está preparando o terreno para receber o selo de reconhecimento de produto orgânico. Atualmente a marca já conta com o aproveitamento de todas as partes da produção, como o bagaço da cana, e em 2015 foi-se instalada as placas de energia solar para diminuir o impacto e também gerar economia. A cachaça Tiê já conta com a certificação SAT (Produção Sem Agrotóxico) que foi concedida pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
Origem do nome Tiê
Tiê Sangue é o nome de um pássaro que habita áreas da Mata Atlântica e aparece algumas vezes por ano na região da Fazenda Guapiara. Por ser um pássaro de cor vermelha muito viva, os donos resolveram homenagear o animal no rótulo e no nome da cachaça.