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ReporFoi preciso quase um ano de pesquisa para que o compositor Alessandro Côrrea pudesse criar as músicas do CD Bebida Nacional. A ideia era fazer uma trilha sonora da bebida que mostrasse um pouquinho da cultura de cada região em que ela é produzida: da viola caipira às milongas gaúchas. Com concepção do Mapa da Cachaça, com o apoio do Ministério da Cultura e da Lei Rouanet, o CD Bebida Nacional vem para reforçar ainda mais a tradição cultural da Cachaça e pode ser ouvido na íntegra aqui no nosso site.
Quem idealizou o projeto foi o Eduardo Martins, membro do Mapa da Cachaça e produtor de cachaça artesanal. Ele me propôs fazermos uma pesquisa sobre cachaça e música, no intuito de criar um CD instrumental que funcionasse como uma trilha sonora da bebida. A pesquisa começou a partir de um mapeamento que ele me passou, incluindo as principais regiões produtoras.
Eu sempre trabalhei com gêneros brasileiros, em outros CDs que gravei. Então, com esse conhecimento prévio, tive a ideia de associar a bebida aos diversos gêneros provenientes das regiões produtoras de cachaça, além das festividades existentes nessas regiões. Mas com o aprofundamento da pesquisa, acabei compondo também algo inusitado, como a Travessia dos Gerais, uma espécie de prelúdio em homenagem à viola caipira e ao Guimarães Rosa (até reli o Grande Sertão: Veredas, durante o processo composicional).
Acho que o processo de criação das músicas fluiu tão bem que, sinceramente, não teve nada que foi mais ou menos difícil… A fase de pré-produção do disco, com uma pesquisa de quase um ano, foi fundamental para que a fase de composição fosse mais tranquila.
Além de mim, no violão, participaram do disco os seguintes músicos: Hamilton Pinheiro (baixo elétrico), Roberto Corrêa (viola), Junior Ferreira (sanfona), Fernando Cesar (violão 7 cordas), Felix Alonso (clarineta), Rafael dos Santos (bateria e percussão), Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Pablo Fagundes (gaita) e Ademir Junior (sax soprano).
Bem, tendo em vista que a cachaça é certamente a bebida típica do Brasil e sua importância pode ser comprovada através da história do nosso país, que possui inclusive alambiques centenários (vale a pena ler o Prelúdio da Cachaça, de Luís da Câmara Cascudo), o CD BEBIDA NACIONAL veio para reforçar ainda mais essa tradição cultural da cachaça.
O CD BEBIDA NACIONAL é uma trilha sonora da cachaça, inspirada na expressão da bebida nas regiões brasileiras e em sua relação com os gêneros musicais do nosso país. Outro fator determinante para esse link são as inúmeras festividades brasileiras que misturam a música e a cachaça, como o carnaval, a folia de reis, a festa junina, entre outras. Pernambuco, por exemplo, é um importante local produtor de cachaça e o carnaval pernambucano é regado a frevo e bicadinha (apelido da cachaça em Pernambuco).
O Eduardo Martins me mostrou o Dicionário de Sinônimos de Cachaça e Algumas Designações para Bebidas Alcoólicas, de Jesus Barros Boquady, livro que detalha milhares e milhares de sinônimos da cachaça, informando a região proveniente de cada sinônimo. Com esse livro eu estava com a faca e o queijo na mão (ou melhor, o copo e a pinga na mão)…
Além do CD Bebida Nacional, já participei de outros quatro discos: Sinfonia da Alvorada (2012) – grupo Takto (participação como compositor). The Musical Hub from the Heart of the Brazil (2011) – compilação produzida para a Womex/Dinamarca (participação como compositor). Dois Banquinhos, Dois Violões (2010) – grupo Projeto Partido Alto – homenagem ao cinquentenário da Bossa Nova (participação como compositor e instrumentista). Entre Latinoamerica (2009) – duo de violão e clarineta (Entre Duo) – homenagem à música da América Latina (participação como compositor e instrumentista).
Gosto muito de cachaças artesanais. Entre as minhas preferidas estão a Encantos da Marquesa (safra 2010, branca). Recentemente experimentei a edição de aniversário da Weber Haus, envelhecida em carvalho, que é excelente, melhor do que uísque, mas acho que compartilho o gosto do bebedor mais tradicional: prefiro a cachaça branca e pura, pois me parece mais verdadeira, sinto mais o sabor da cana de açúcar…
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