Matina de sol claro. Faço um flagrante fotográfico no Bar do Capa.
Confluência das ruas Clemente Martins, General Carneiro; forquilha
com a Risério Leite. Saída para o bairro Santa Rita I e II.
Ainda preocupados com os tantos terremotos curraleiros que
abalam continuadamente os nossos Montes Claros, terra do Pequi.
Acochados pelas tantas Síndromes do Coração Partido.
Deserdados da sorte, sem eira e nem beira. Membros da nossa
comunidade comemoram o fim de ano no lugar mais eclético do
mundo. O boteco.
Não os meça pela aparência simplista ou pela expressão cansada e
aspecto amarrotado das vestes. São sobreviventes das vicissitudes da vida.
Mestres de ofício, braçais. Capoeiristas, sambistas, instrumentistas
no couro do gato. Os de mais idade já criaram filhos e netos. Uns
tantos, 171 da vida e cobras criadas.
Pelos sulcos que deformam parcialmente os seus semblantes dá para
se medir as tragédias que superaram e as muitas a vir.
No sagrado do bar, buscam sorver o néctar do deus Baco. A cachaça
branquinha, sem o glamour do retro gosto das de primeira qualidade
e a cerveja desdobrada pela ganância das multinacionais.
Enchem o barril sem fundo das suas emoções, visando alcançar a
sustentabilidade de suas almas.
Todos são filhos do mesmo Deus. Entes mandados a esse mundo de
provas e expiações, em missão instrumental. Cada qual com o seu
cada qual, cada um na sua dor e felicidade.
Todos com as suas sentenças.
Como relatei, são almas enviadas ao mundo em missão. Buscam
atualizar as realidades divinas usando o carro de combate. O corpo
físico e a alma plástica.
Estão embriagados…
Mas, são guerreiros do Altíssimo em combate no Campo de Kurukshetra.
Somos todos os irmãos!
Uma seleção dos melhores artigos do Mapa da Cachaça em diferentes tópicos
There are no results matching your search.
ResetO melhor da cachaça no seu e-mail