Nariz eletrônico é capaz de identificar madeiras

  • Publicado 9 anos atrás
Nariz eletronico

Nariz eletrônico é mais potente que o nariz humano

 

Uma nova criação do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) pode mudar o cenário do combate à extração ilegal de madeira no Brasil, das plantações de cítricos, da reciclagem de plástico e da diferenciação das cachaças envelhecidas brasileiras. Pesquisadores do IQ-USP construíram “narizes eletrônicos” capazes de identificar e classificar – pelo odor – diferentes tipos de madeira e de plásticos e de detectar precocemente a contaminação de laranja por fungos. Segundo o professor do IQ-USP e coordenador do projeto, Jonas Gruber, “a tecnologia é muito simples, barata e tem diversas aplicações”.

Com apoio da FAPESP, alguns dos dispositivos foram desenvolvidos no projeto “Novos polímeros conjugados para células solares e narizes eletrônicos”. Um desses, por exemplo, identifica e classifica diferentes tipos de madeira. A ideia é que ele seja utilizado na fiscalização e combate à extração ilegal de madeira de espécies de árvores ameaçadas de extinção nas florestas tropicais brasileiras. Outros dispositivos criados são capazes de identificar diferentes tipos de plástico e até mesmo para a detecção precoce da contaminação de laranjas por um tipo de fungo.

E a cachaça?

O dispositivo utilizado para a identificação de madeira chamou a atenção de pesquisadores do Laboratório para o Desenvolvimento da Química da Aguardente (LDQA), do Instituto de Química de São Carlos da USP. O objetivo seria usá-lo para diferenciar cachaças envelhecidas em tonéis de carvalho ou de madeiras menos nobres.

A comercialização de carvalho é feita por meio de importação controlada do Canadá. Tonéis de madeira nacional são normalmente feitos com outras madeiras, como imbuia, jatobá, jacarandá ou jequitibá. O dispositivo serviria para detectar marcas que, apesar de colocarem no rótulo o envelhecimento como feito no carvalho, utilizam outras madeiras para o processo. “Há destilarias que declaram no rótulo que a cachaça foi envelhecida em jatobá e a vendem a um preço mais baixo do que a de carvalho (…) Mas também podem existir no mercado cachaças envelhecidas em madeira nacional, com a declaração no rótulo de que foram em carvalho, com preço de até R$ 200 a garrafa”, afirma Gruber, e completa dizendo que “o dispositivo consegue ‘cheirar’ uma cachaça e identificar em que tipo de madeira a bebida foi envelhecida”.

Esse nariz eletrônico em especial foi desenvolvido durante o projeto de pós-doutorado “Distinção de extratos hidroalcoólicos de madeiras e acompanhamento dos estágios de envelhecimento empregando sensores de gases, cromatografia em fase gasosa (GC-MS) e análise multivariada”. Leia a matéria completa na Agência FAPESP.

Coleções

Uma seleção dos melhores artigos do Mapa da Cachaça em diferentes tópicos

Produção de cachaça

30 artigos

Envelhecimento de cachaça

15 artigos

História da cachaça

12 artigos

Como degustar cachaça

18 artigos

Coquetéis clássicos

14 artigos

Cachaça e Saúde

7 artigos

O melhor da cachaça no seu e-mail

Assine o Mapa da Cachaça

loading...