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ResetCheguei 5 minutos atrasado na palestra da turma brasileira no Tales of the Cocktail. Admito. Mas foi por uma causa que não poderia me dar mais orgulho: SOLD OUT!
Sim, tentei comprar entrada para o seminário e não existiam mais ingressos disponíveis depois de duas semanas de lançadas as vendas. Fiquei aguardando desistências do lado de fora. Só teve uma. E eu peguei o ingresso. Alí começou a minha viagem pelo Brasil em 40.000 Alambiques.
Em épocas de vacas magras no futebol, essa palestra trouxe um novo sentido ao orgulho de ser brasileiro. E ver nosso destilado nacional tão bem representado, com material farto, abordagens interessantes, fatos divertidos e conteúdo aprofundado fizeram parte desse brilho brazuca no maior congresso de coquetelaria do mundo.
(À partir desse ponto, somente prossiga a leitura ouvindo um jazz muito animado. Era assim 24h em Nova Orleans).
O Tales of the Cocktail é tão sensacional que é o nome não explica direito o que ele é. Se formos traduzir seria algo como: Os Contos dos Coquetéis – e são justamente boas estórias que o evento traz.
Ele acontece anualmente na cidade de Nova Orleans em julho. E não poderia firmar os pés em uma atmosfera melhor para um encontro de pessoas tão interessantes e exóticas quanto bartenders, embaixadores de marcas, profissionais do ramo e entusiastas em geral.
Tirando o clima de pântano quente e úmido, que acabava por unir ainda mais os participantes num sentimento de “preciso de um cocktail AGORA”, o clima que permeava a cidade era de festa eterna, boa libação, boa comida e uma amizade espetacular a cada novo bar visitado.
Foram cinco dias (oficialmente), de palestras, tasting rooms (exato, muita salinha pra provar birita diferente); guest bartendings; welcome parties (nome chique pra festinha de boas vindas) das marcas mais famosas do mundo; muita confraternização regada a cachaça,
Eu levei catuaba: SIM; lendas e celebridades do mundo da coquetelaria trocando ideia com você no Erin Rose ou no famigerado The Old Absint House às 3 da matina rindo que nem bocós assistindo a um stand up do Eddie Murphy na TV: SIM!!!
Enfim, tanta coisa em tão pouco tempo que se torna uma daquelas experiências marcantes em sua vida. E quando você fica um mês falando de tudo que aconteceu na sua viagem, enchendo a paciência dos coleguinhas que não aguentam mais ouvir “cara, lá em New Orleans…”, é porque você sabe que valeu cada maldito dólar numa cotação tão desfavorável que é de fazer pirraça. Mas tem frango frito barato, então acalma bem os ânimos.
Já escrevi tanto e não contei nem 1/4 de oz (essa piadinha vai pros bartenders) sobre o que foi o Tales of the Cocktails. Nem falei que comi carne de jacaré e ajudei a assar vários porcos prum evento genial que acontece em todo final de TOTC chamado Pig N Punch.
E é isso que mesmo o nome diz: um parque gigante, cheio de gente louca (bartenders), comendo porco, bebendo ponches e se divertindo como crianças no gramado.
Tá, mas além de diversão teve muita informação. O Tales é, acima de tudo, um evento educacional.
Eu tive a oportunidade de assistir palestras sobre temas muito variados. Tinha pra todos os gostos. Literalmente. Palestras sobre runs antigos, espumantes antigos, whiskys escoceses novos e antigos, o papel da defumação na coquetelaria e se a idade importava ou não na qualidade. Ganhou o mais antigo num teste cego com votação com palmas e decibelímetro. Os palestrantes foram aquelas figuras que você lê e vê em vídeos na internet, mas acha que nunca verá ao vivo. Eles estavam lá, adoram o que fazem e adoram conversar sobre os temas que estão propondo. Ou seja, um prato (copo?) cheio pra aprender muito em qualquer 5 minutos de conversa.
Assisti palestras com David Wondrich, Jeff Berry, Dave Broom, Ryan Chetiyawardana, Gregor Cattanach, Lorne Cousin, Iain McCallum, Ewan Morgan, Johnnie Mundell e Struan Ralph. Depois das palestras, sinto que deveria tê-los conhecido há bastante tempo, logo que comecei a trabalhar como bartender nos bares de BH.
Para finalizar, a minha dica é: não deixe de ir um dia – especialmente se você trabalha ou pretende trabalhar num bar. E você vai ver como foi difícil fazer um texto com a pretensão de carregar todo mundo pro vórtice de prazer abissal que é estar entre iguais tão diferentes em prol de um mesmo gol: compartilhar conhecimento, alegria, amizades, negócios tomando um bom cocktail.
Sem sombra de dúvidas, esse trêm vai deixar saudades. Boas memórias. Bons contatos. Bons contos. Espero ver vocês no próximo!
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