Expedição Mapa da Cachaça - Sul Fluminense

  • Publicado 11 anos atrás

Quase 2000 km, 10 dias e mais de 10 alambiques. Esses são os números da “Expedição Mapa da Cachaça” que partirá na semana que vem rumo às cachaças, às histórias e à cultura do Sul fluminense. Acompanhado de um amigo, Felipe Jannuzzi do Mapa da Cachaça quer ir além dos números e ajudar na construção de conteúdo que faça os alambiques serem reconhecidos como verdadeiros patrimônios nacionais. Nessa entrevista, ele conta o que espera dessa expedição que ele planeja repetir por todo o País.

Felipe Jannuzzi

Felipe no escritório do Mapa da Cachaça. Foto: Alicia Peres

De onde veio a ideia do Mapa da Cachaça e de fazer essas viagens?

Eu sou formado em audiovisual. Sempre tive interesse em falar sobre Brasil e divulgar as minhas descobertas. A ideia do Mapa veio da minha ignorância sobre Brasil e sobre seu destilado típico, a cachaça. Como comunicador e pesquisador queria falar de todos os elementos que englobam a cachaça, como gastronomia, turismo, história, cultura, design. Acaba sendo um pretexto para falarmos sobre o nosso País. E para isso, precisamos cair na estrada… O que acaba sendo uma das coisas mais legais do projeto!

Outro motivo dessa viagem é avançar nas nossas pesquisas sensoriais. Eu estou convencido depois de ler muito, principalmente textos acadêmicos, falar com produtores e especialistas, e beber muita cachaça boa e cachaça ruim que podemos trazer para o consumidor mais informações de qualidade sobre os aspectos sensoriais da caninha.

Qual trajeto será percorrido pelo Mapa da Cachaça? Quantos km serão percorridos e em quanto tempo?

Começamos a viagem em Paraty e depois vamos para o Vale do Paraíba, principalmente na parte fluminense – no Vale do Café. Vamos percorrer em 10 dias mais de 1500 km. Mas a ideia é ter um roteiro flexível – se tiver uma história boa no meio do caminho podemos mudar a rota. Queremos passar pelas seguintes cidades: São Paulo, Paraty, Bananal, Barra Mansa, Resende, Vassouras, Valença, Rio das Flores, Paty de Alferes, Petrópolis e Rio de Janeiro.

Por que esse trajeto foi escolhido?

É uma região com muita história. Queremos fazer um link da aguardente com os ciclos do ouro e do café. Sem contar a beleza natural, arquitetônica e toda a riqueza cultural das cidades que vamos visitar. Vamos percorrer trechos da Estrada Real e entender um pouco mais sobre o período de grande riqueza do café no Sudeste – que entrou na região pelo Vale do Paraíba Fluminense e depois se espalhou pelo Oeste paulista e Minas Gerais.

Eu tenho a curiosidade de entender o que motivou a produção de aguardente pelos produtores de café e se essa era uma atividade desde os tempos coloniais e se veio até de antes da riqueza econômica da região. Afinal, o Rio de Janeiro teve grande importância como centro político do País.

Tenho o desejo também de entender mais sobre a produção da cachaça no Sul Fluminense – e ver se consigo encontrar indícios que caracterizem uma cultura de produção regional, o que classificaria um terroir.

Vocês já conhecem algum dos alambiques que visitarão?

Conheço bem os alambiques de Paraty. Mas todos os outros serão novidades pra mim.

O que vocês esperam encontrar na viagem?

Além de boas cachaças? A ideia é conhecer mais sobre a história da região pela perspectiva dos produtores de cachaça. Queremos encontrar velhos amigos produtores e fazer novas amizades. Temos o desejo de fazer registros de foto, texto e vídeo desses produtores, das cidades e da estrada. Vamos visitar alambiques, museus, fazendas históricas, parques, restaurantes, botecos, centros históricos, etc… Será uma viagem de descobrimento.

Como é visitar um alambique? Os produtores sabem que vocês vão? Eles estão preparados para receber turistas?

Avisamos os produtores da nossa viagem e eles nos apoiam. Estou louco para ficar na linda pousada da Maria Izabel em Paraty, por exemplo. Na viagem vamos entender também quais alambiques têm estrutura para turista – queremos estimular esse tipo de passeio cultural, histórico e sensorial. O vinho já tem isso bem avançado na Argentina, por exemplo. Por que não podemos ter roteiros desse tipo com o destilado tipicamente brasileiro?

Quando vocês visitam um alambique familiar, vocês ficam hospedados onde?

Alguns alambiques têm estrutura para hospedagem e alimentação – principalmente em cidades com tradição turística como Paraty. Mas a ideia é conhecer as outras estruturas dos próprios alambiques e das suas cidades.

Quem vai para a viagem?

Eu e meu amigo produtor multimídia Leo Bosnic – além de companheiro de viagem e de copo, o Leo é tecladista da nossa banda Salt ´n Pepper.

Vão publicar conteúdo durante a viagem?

Claro! Vamos fazer muita coisa na estrada. Fotos, textos e vídeos. Estou animado em compartilhar todo esse conteúdo principalmente nas nossas redes sociais  – quem sabe o pessoal não nos ajuda a encontrar algum novo alambique? Quem tiver alguma dica pode mandar para [email protected]

Coleções

Uma seleção dos melhores artigos do Mapa da Cachaça em diferentes tópicos

Produção de cachaça

30 artigos

Envelhecimento de cachaça

15 artigos

História da cachaça

12 artigos

Como degustar cachaça

18 artigos

Coquetéis clássicos

14 artigos

Cachaça e Saúde

7 artigos

O melhor da cachaça no seu e-mail

Assine o Mapa da Cachaça

loading...