Engenho Santo Mário, a história da cachaça de Catanduva

  • Publicado 8 anos atrás

Do outro lado do oceano, na Lombardia, região norte da Itália, começa a história da cachaça Santo Mário. Conheça um pouco mais sobre esse engenho de Catanduva no interior de São Paulo.

Na Lombardia, região norte da Itália, começa a história da cachaça Santo Mario. Baptista Seghese e sua esposa eram empregados em uma fazenda produtora de grappa – bebida feita do bagaço da uva -, nos arredios da comuna de Cividate Al Piano, próxima a Bergamo. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, passando por muitas dificuldades, o casal de camponeses decide partir para o Brasil. Baptista deixa sua terra, mas não os costumes.

Em 1918, atraídos pela demanda de mão-de-obra no interior de São Paulo, decidem fixar-se em Piracicaba, trabalhando por vários anos no corte nas extensas lavouras de cana-de-açúcar. Movido pelas lembranças da terra natal, e fascinado pela pinga que conhecera com amigos do campo, decide montar no fundo da casa um engenho, meio engenhoca, juntando ao longo de meses peças abandonadas e cedidas pelos seus patrões.

Em 1940, com a ajuda do filho Mário Seghese, Baptista realizada seu sonho e produz a primeira cachaça. A vontade de fazer cachaça era tanta, que Mário, juntamente com seu irmão Alberto, recolhia na estrada as cana que os caminhões em direção ao Engenho Central de Piracicaba deixavam cair.

O tempo passa. Mário Seghese sai de Piracicaba, constitui família e em Catanduva retoma o sonho iniciado pela pai: produzir cachaça de alambique. Surge o engenho Águas Claras em 1975. Oito anos depois, o nome muda, vira Santo Mário. O motivo: Mário fazia uma troca com os clientes. Para cada garrafa de cachaça não existente em sua pequena coleção, ele retribuía com um exemplar da sua. Resultado: um coleção com mais de 5 mil rótulos e uma canonização à la popular.

O santo Mario, filho de Batista Seghese

O santo Mario, filho de Batista Seghese

Com o falecimento de Mário em 2011, quem toca o empreendimento é seu filho Mário Sérgio. O engenho em suas mãos vai bem, virou até ponto turístico na cidade. “Como a gente tem um lado cultural (a coleção com garrafas de diferentes procedências), atraímos muita gente”, afirma.

“E o pessoal da cidade também gosta da gente, isso ajuda. Se você olhar no Facebook, eles comentam nossos posts. Falam bem, tem orgulho”, complementa.

Quando o assunto é exportação, ele mantém a cautela e explica: “ A gente quer exportar, mas tá passando por um processo de restruturação do engenho, que inclui profissionalização do processo e branding”.

“E ainda tem um porém, o valor que a cachaça é vendida lá fora é muito baixo. Como as grandes dominam o mercado, se você quiser vender, vai ter que vender por um dólar, dois dólares. Por isso que os produtores pequenos estão investindo muito em produtos Premium.  Porque o consumidor brasileiro, você consegue educar, o estrangeiro ainda não”, finaliza.

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