Pela primeira vez, os pássaros que estampam os rótulos da cachaça Princesa Isabel vão dar lugar a uma nova espécie. As famosas aves em aquarela, que reverenciam a terra onde o destilado orgânico é produzido às margens do Rio Doce, em Linhares, no Espírito Santo, acabam de ganhar a companhia de uma simpática família de antas.
A edição especial em garrafa âmbar, de 600ml, foi lançada em parceria com o Projeto Pró-Tapir, associação ambiental sem fins lucrativos que atua na preservação de antas, queixadas, catetos e veados na mata Atlântica capixaba, desde 2010. A ideia de estampar o animal, considerado em perigo no país, surgiu no fim do ano passado, depois que representantes da entidade conheceram a moderna estrutura de produção da Princesa Isabel.
Para além do novo rótulo, a edição especial nasce com um novo propósito: ajudar na conscientização para a preservação das antas – no Espírito Santo esses animais só ocorrem, e sobrevivem, na região de Linhares e Sooretama. Para isso, a Princesa Isabel vai doar 15% de toda a renda arrecadada, com a venda da cachaça. O dinheiro será investido em ações de educação ambiental e divulgação científica, para alunos do ensino fundamental e médio. Assim, além de valorizar a biodiversidade regional, a Princesa Isabel vai colaborar com a formação de base para a conservação dos animais silvestres.
Pedro Henrique Cellia, produtor da cachaça e filho de Adão Cellia, proprietário do alambique, conta que todos estão muito entusiasmados com o lançamento. “Meu pai, na última década, tem se empenhado muito na preservação ambiental e as antas precisam disso, precisam de uma grande área de floresta para sobreviverem”, explica. A Fazenda, onde a cachaça Princesa Isabel é produzida, fica localizada há cerca de 40 quilômetros da Reserva Biológica de Sooretama, habitat de importantes espécies da fauna e flora brasileiras.
Para além do rótulo que encanta, a cachaça que compõe a nova edição também é muito especial e premiada. Foi eleita, em 2018, como a melhor cachaça do Brasil e tem tudo a ver com a terra. “Escolhemos uma cachaça Princesa Isabel Aquarela orgânica armazenada por três anos em dornas de Jequitibá Rosa, a árvore símbolo do Espírito Santo”, conta Pedro. Atualmente, essa é a cachaça mais procurada e o grande referencial da produção da Fazenda Tupã.
Andressa Gatti, coordenadora do Pró-Tapir conta que a escolha da Princesa Isabel não foi por acaso:
“Nós acreditamos na arte como ferramenta para a conservação da floresta e a Princesa Isabel é uma excelente cachaça envolvida na vertente artística e ambiental”.
Andressa Gatti, coordenadora do Pró-Tapir
Conhecida por valorizar a sustentabilidade, a produção do destilado da família Cellia segue rigorosos padrões de qualidade, todo o processo é orgânico e usa energia 100% limpa, a partir da mini usina solar instalada na propriedade. A fazenda também é produtora de gado e cacau, e investe no reflorestamento.
Na natureza, a convivência de pássaros e antas já é considerada uma parceria de sucesso. As antas são conhecidas como as jardineiras da floresta, espalhando sementes frutíferas que servirão de alimento e proteção a outros animais. Andressa acredita que essa união com a cachaça Princesa Isabel também vai gerar bons frutos, disseminando e levando, ainda mais longe, a mensagem de preservação da fauna e flora para novos públicos. “Enquanto as antas seguem plantando árvores, nós seguimos por aqui plantando novas ideias”, completa.
A anta é um animal estigmatizado, por isso, a arte que estampa a cachaça busca apresentar uma representação carinhosa. A aquarela mostra um filhote com a mãe e foi pintada por uma artista local, a veterinária Itatiele Farias Vivian, outra parceira do projeto. O rótulo também traz informações importantes sobre a situação desses animais no Espírito Santo, além de dicas de preservação como a redução de velocidade para motoristas, em estradas que cortam reservas naturais.
No Brasil, a anta aparece como espécie vulnerável na lista do Ministério do Meio Ambiente. Os atropelamentos, os incêndios e o desmatamento são as principais causas de morte desses animais. No Espírito Santo, populações inteiras já foram extintas em várias localidades, segundo estudos do Pró-Tapir. E a estimativa é de que, apenas, 200 antas ainda sobrevivem na região de Sooretama.
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