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ReporA caipirinha é uma das estrelas principais aqui no Mapa quando o assunto é: drinks com cachaça. E não poderíamos deixar de perguntar para um especialista: quais são as dicas para fazer uma boa caipirinha?
Para falar do nosso orgulho nacional, nada melhor do que conversar com um dos caras que mais trabalha com coquetéis com essa pegada bem brasileira, o bartender Laércio Zulu. A paixão dele é tanta que tem inclusive um canal no Youtube para falar sobre o assunto.
Antes de mais nada, Zulu trabalha promovendo a coquetelaria com cachaça promovendo eventos por todo Brasil e prestando consultoria para marcas de cachaças, bares e restaurantes. Ademais, é claro, nas cartas do Zulu você encontra muitos coquetéis com excelentes cachaças, gins nacionais e boas caipirinhas.
Para o bartender, que tem na carreira o título de vencedor no World Class (um dos concursos mais importantes do segmento), entre os segredos para fazer caipirinha são uma boa maceração com os limões, gelo e, claro, uma boa cachaça.
Confira 7 dicas para fazer a caipirinha perfeita:
Segundo Zulu, se você fizer tiras finas ao cortar o limão, ou cortar em cubinhos menores, facilita na hora de macerar. Portanto o suco da fruta sai mais fácil e você não aplica tanta força na casca – o que evita aquele amargor na bebida. Usar limões frescos também é essencial. Ah, não é necessário tirar a parte branca do limão, ela não vai amargar a sua caipirinha.
Para o bartender, os copos baixos, ou aquele típico copo de caipirinha mesmo, são os melhores para servir o coquetel. Segundo Zulu, o drink fica sempre fresco, porque você consome ele mais rápido, e sempre na temperatura ideal com os sabores bem vivos.
Pode-se fazer o coquetel em um copo longo, mas o gelo derrete mais e os sabores vão se perdendo, porque o consumo pode ser mais lento.
Certamente você já pensou que aquele monte de gelo que colocam nos coquetéis são para ‘enganar’ o cliente, mas entenda: o gelo é seu amigo.
Zulu explica que, além de o gelo conservar uma temperatura ideal para a caipirinha, é essencial colocar gelo picado no topo do copo – isso ajuda a criar um efeito térmico que segura mais a temperatura do drink.
É muito comum pela comodidade usar o chamado xarope simples de açúcar para preparo de coquetéis. O xarope nada mais é do que proporções iguais de açúcar e água. No entanto, o açúcar cristal em contato com o limão ajuda na hora de macerar e propicia a formação daquele suco fresco ideal para o coquetel.
De acordo com o bartender, não existe uma regra específica de que caipirinha ‘não pode ser feita com cachaça envelhecida’, isso é mito. Porém, para a receita tradicional com limão, é mais garantido harmonizar com uma boa cachaça pura, que não passou por madeira. Para usar cachaças que têm aroma e sabor mais acentuados por alguma madeira, exige uma expertise maior de quem executa.
É provável que se você usar uma cachaça envelhecida em bálsamo, por exemplo, o sabor tânico da madeira junto com o suco do limão deixe ainda mais potencializado o sabor azedo e amargo – o que pode desagradar alguns paladares.
As cachaças que passaram por madeiras como carvalho e amburana são geralmente mais adocicadas, trazendo baunilha e especiarias, por isso são mais recomendadas para caipifrutas preparadas com morango ou jabuticaba.
As receitas mais simples podem ser as mais difíceis de acertar porque cada ingrediente tem seu protagonismo. Por isso, o equilíbrio entre suco de limão, açúcar e cachaça é fundamental.
Observe o teor alcoólico da cachaça que vai usar como base para fazer sua caipirinha. As cachaças com teor alcoólico mais acentuado (45-48%) podem fazer do coquetel uma bomba etílica ou cachaças muito amenas (38-40%) podem fazer da sua caipirinha uma bebida sem graça.
Se sua cachaça já é naturalmente doce reduza a quantidade de açúcar. Se o limão estiver mais azedo do que o normal, acrescente mais açúcar. Faça testes até achar sua combinação perfeita.
As cachaças que seguem a Escola Caipira costumam funcionar bem com a receita tradicional da caipirinha por trazerem aromas frutados e adocicados da cana e da fermentação que harmonizam bem com limão.
Nenhuma caipirinha vai ser exatamente igual a outra, mas você deve conhecer bem todos os seus ingredientes para evitar surpresas ruins.
Os bares com muito volume de pedidos acabam fazendo a caipirinha na sua versão batida na coqueteleira – não tem problema, é uma forma de ganhar agilidade.
No entanto, geralmente, ao bater o gelo na coqueteleira junto com outros ingredientes você acaba tendo um coquetel mais diluído e menos alcoólico. A precisão também diminui ao bater, principalmente se várias caipirinhas são preparadas na mesma ‘batida’.
Outro problema ao bater na coqueteleira é extrair em excesso os óleos da casca do limão, deixando sua caipirinha muito amarga. Por isso, a dica final é: a caipirinha deve ser um coquetel mexido e não batido.
A receita clássica da caipirinha diz que ela deve ser um coquetel mexido – é a melhor forma de se preparar porque garante controle do bartender ao extrair o suco do limão e misturar todos os ingredientes de forma delicada e harmônica.
E há também outro detalhe importante para defendermos o preparo do coquetel mexido.
Como o próprio nome diz, caipirinha é coquetel do interior do Brasil, do caipira, do campo, do povo… Ela deve ser preparada individualmente para cada cliente, montada e mexida com carinho como quem quer agradar um cliente especial.
É parte do ritual de preparo inclusive o bartender deixar um palitinho de madeira, um talinho de cana-de-açúcar ou até mesmo uma colher de chá ao servir o coquetel – dessa forma, o cliente poderá continuar mexendo sua caipirinha ao seu agrado e ritmo num esforço colaborativo entre bartender e consumidor para buscar a experiência perfeita.
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