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ResetAcho que uma das coisas que mais me fascinou no mafufo quando ouvi falar dele pela primeira vez foi exatamente esse nome. Do árabe, malfouf, ele é todo sonoridade, e enche a boca da gente que nem comida boa. Pelo menos era assim que o charuto de repolho era conhecido lá em Guaranésia, Minas Gerais, cidade onde passei a maior parte da minha infância e adolescência. Acho que comi o charuto de repolho pela primeira vez na casa da minha amiga Aninha, feito pela mãe dela, a D. Isabel “da farmácia”. É uma receita deliciosa!
Havia (e ainda há) várias famílias de origem árabe vivendo na cidade e por toda aquela região. Guaxupé, a cidade vizinha, é famosa por seu chancliche – versão brasileira do labneh, queijo tradicional da culinária árabe. Assim, pratos típicos árabes como o quibe, o arroz com lentilha e a esfiha foram incorporados ao repertório culinário de muitas famílias, árabes ou não. Já os pratos de preparo mais complexo, ou que exigiam ingredientes mais especializados – como o tahine e o zaatar – ficavam mais restritos às casas dos imigrantes e seus descendentes.
O mafufo ou charuto de repolho é uma preparação razoavelmente trabalhosa, mas não exige nenhum ingrediente fora do comum. Por isso, acredito, era mais difundido na minha cidade que o charuto de folha de uva, mais tradicional. Ainda que seja um pouco demorado, uma vez enrolados os charutos, a refeição está completa: cada garfada traz seu tanto de carne moída, amido, legume e verdura.
Além de ser um prato lindo, o mafufo pode ser comido frio ou quente. E não sofre em nada ao ser requentado. Pelo contrário: parece que vai ficando cada vez mais gostoso, como uma lasanha ou feijoada. Se bem que raramente eles sobrevivem tanto tempo, pois são realmente irresistíveis, você vai ver!
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