A Cachaça é o Brazilian Rum? Não mais!

  • Publicado 13 anos atrás

Sabe como alguns gringos chamam a Cachaça lá fora? De “Rum Brasileiro” ou Brazilian Rum. É assim que a Cachaça era exportada para países como os EUA, até o acordo discutido por Dilma e Obama na última segunda-feira (09 de abril de 2012). Isso soava quase tão absurdo quanto dizer que whisky é “cachaça escocesa”, ou que a vodka é a “cachaça russa”. É verdade que muita gente costuma chamar qualquer destilado de Cachaça. Mas essas pessoas não conhecem ainda as peculiaridades da nossa Cachaça. Dizer que ela era o “Rum Brasileiro” tirava toda a individualidade da bebida nacional, além, é claro, de passar uma informação errada.

O Rum é feito do melaço da cana, o que garante a ele um sabor diferente do da Cachaça. A nossa Pinga pode ter um sabor com mais “frescor” que o primeiro, por ser obtida diretamente do caldo da cana. Por ser feito do caldo da cana, a Cachaça de alambique só pode ser feita no período de safra da cana-de-açúcar – já o melaço pode ser transformado em rum durante o ano todo. Além disso, quando se fala em Rum, as imagens associadas ao produto são diferentes daquelas do universo da Cachaça. Isso pode mudar totalmente a maneira de se enxergar, valorizar e se utilizar um produto: você tomaria “cerveja francesa” num churrasco? Não se soubesse que se trata de Champagne, certo?

São por estas e outras questões (tributárias e de distribuição, por exemplo), que alguns organismos nacionais vinham tentando fazer com que outros países (em especial, os EUA), passassem a reconhecer a Cachaça brasileira como um produto singular. Até hoje ela precisava ser exportada com os códigos comerciais e muitas vezes até a denominação “rum brasileiro” impressa na garrafa. Isto deve mudar nos próximos meses, a partir do acordo entre Dilma e Obama.

É interessante lembrar de uma marca de Cachaça Brasileira vendida lá fora – a Cachaça Leblon – que havia tomado uma atitude interessante. A marca resolveu fazer de sua própria campanha o slogan “Legalize Cachaça” (“Legalize a Cachaça”). Vira e mexe, promove em seus eventos a idéia de que a Cachaça deveria ser “legalizada” nos EUA, e explica a necessidade de se fazer essa “diferenciação”. Na versão americana do site da marca, era possível até assinar um manifesto em concordância com a ação, e também imprimir uma carta para ser endereçada aos responsáveis pelo assunto no governo americano.

Legalize a cachaça

Campanha Legalize Cachaça!

A ação foi interessante, pois ao mesmo tempo que desperta a curiosidade pela marca, fornece mais informações sobre a Cachaça. No site nacional da bebida, a campanha, traduzida para “Salve a Caipirinha”, tinha o endosso de Alex Atala e frisava a necessidade de a verdadeira caipirinha ser feita com Cachaças de alambique de qualidade. Tá aí mais uma prova de que com boa propaganda, a Cachaça pode ir longe!

Coleções

Uma seleção dos melhores artigos do Mapa da Cachaça em diferentes tópicos

Produção de cachaça

30 artigos

Envelhecimento de cachaça

15 artigos

História da cachaça

12 artigos

Como degustar cachaça

18 artigos

Coquetéis clássicos

14 artigos

Cachaça e Saúde

7 artigos

O melhor da cachaça no seu e-mail

Assine o Mapa da Cachaça

loading...