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ReporApesar de ser filho de mineiros, nasci e cresci na cidade do Rio de Janeiro, em um meio avesso à cachaça. O que eu conhecia de bebida alcoólica destilada era invenção de russo, escocês, mexicano e por aí vai. Na capital, a cachaça construía um estigma de baixa qualidade, consumida na maioria das vezes para suprir uma dependência química. Era a maior graduação alcoólica, pelo menor preço.
Quando, há cinco anos, minha vida profissional caminhou para o segmento de bebidas alcoólicas, percebi que o consumidor esteve, por décadas, doutrinado de acordo com o que as grandes empresas pretendiam. A qualidade estava distante da quantidade. Investir na primeira talvez significasse ter que aumentar preço, e, consequentemente, convencer um novo cliente, aquele acostumado a consumir vodca ou uísque. Concorrência indesejada.
A revolução não viria de quem estava na zona de conforto. Foi então que percebemos que os pequenos produtores e empreendedores estavam apostando em uma abordagem mais mercadológica, plantando uma semente em um consumidor adormecido e, desenvolvendo assim, uma demanda que não existia. Concomitantemente, o mercado internacional dava sinais de interesse na bebida, dando mais sustentação para quem investia no segmento.
A cachaça finalmente rejuvenescia, com novas ideias, novos entusiastas e maior valor agregado. E foi nessa corrente de otimismo que decidimos fazer parte desse movimento, dando um toque particular de inovação e autenticidade, com uma comunicação que falaria com o jovem, mas também abraçaria quem está aberto para novas experiências.
Como não éramos exímios conhecedores de cachaça, deixamos a parte de produção com quem entendia. No caso, com o Sr. Mario Seghese, responsável pelo Engenho Santo Mario, de Catanduva-SP. E fomos bastante felizes nessa escolha e consequente parceria. Lançamos, de uma só vez, cinco sabores de Quero Chuva, nosso coquetel de cachaça com teor alcoólico leve para ser consumido gelado.
Apesar de a bebida ser produzida no estado de São Paulo, o coração da marca está no Rio de Janeiro. Com todos os sócios cariocas, foi natural começar a aventura pelo quintal de casa. Era mais seguro, conveniente e ainda aproveitaríamos os holofotes de uma cidade em evidência, pelo turismo crescente e grandes eventos previstos.
Assim, já se vão dois anos desde que envasamos apenas trezentas garrafas com nossos rótulos coloridos para testar a aceitação e ver se estávamos no caminho certo. Desse lote não vendemos quase nada, mas o fato de ter acabado em pouco mais de um mês provava que havia sido aprovada.
Diante dessa certeza, viemos nesse tempo experimentando estratégias de comunicação bem diferentes do que se via. Nossas principais plataformas de divulgação, desde então, passeiam por eventos e redes sociais, que trazem envolvimento com o cliente mesmo com um baixo investimento. Entretanto, para ser lembrado é necessário estar sempre criando fatos e gerando conteúdo. Nós procuramos fazer isso, compartilhando ainda pingos de bom humor, arte e criatividade.
Nas redes sociais, por exemplo, tentamos ter uma pegada livre, leve e solta. Evitamos discursos institucionais. Queremos ser uma marca feita de verdade. Mostramos nossas conquistas, nossas ações, nossas parcerias, vendemos o Rio de Janeiro e procuramos brincar com o mundo chuvoso. Não queremos cansar nossos seguidores somente com imagens dos produtos. Quando o fazemos, fazemos dentro de um contexto. Dessa forma, buscamos empatia e engajamento.
Evidentemente, nossa categoria foge do tradicional. Assumimos. Por isso, temos que agir de forma diferente. Nascemos diferentes. Os puristas talvez nos estranhem, mas nossa missão, além de descontrair, é tocar o paladar e abrir o caminho para o universo da cachaça. Estamos no mesmo time. A diversão só está começando. Vamos em frente, pois não existe arco-íris sem chuva.
Viva até a última gota!
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